Descrever cenários e ambientes
Descrever cenários e ambientes nem sempre é fácil. Depois de leres este guia vai ser muito mais simples!
Imagina
O primeiro passo é imaginar. Cria o cenário na tua cabeça, para isso tem em conta a estação do ano, a altura do dia, o tipo de local de que se trata e o que é que está presente no espaço.
Se tiveres dificuldade em imaginar o local podes usar imagens como inspiração (o Pinterest é uma boa fonte para obter essas imagens).
Sentidos
Dá uso aos sentidos para transportares os leitores até ao local.
A audição e visão são os mais usados. Mas, em algumas situações, o olfato e o tato também podem ser usados. O paladar raramente é usado para este tipo de descrições.
Sentimentos
Descreve o que a personagem está a sentir ao estar naquele lugar.
Exemplos: "O som do riacho trouxe-me a paz que não sentia há muito tempo.", "Se alegria fosse um lugar, sem dúvida seria este.", "Os olhos dela brilhavam ao observar cada detalhe.", "Aquele lugar fez-me arrepiar."
Alguns sentimentos que podem ser utilizados: alegria, liberdade, paz, serenidade, segurança, nostalgia, desconforto, inquietação, raiva, deslumbramento, fascínio, desespero, euforia, desamparo, confusão, esperança, ...
Intensidade
Algum lugares podem ter uma descrição mais detalhada, mas não aconselho fazeres isso em todos. Às vezes menos é mais.
Por exemplo, se as personagens entrarem num quarto que não seja relevante para a história apenas para ir buscar algo ou ter uma conversa simples, não há necessidade de descrever esse local. Mas, se por exemplo, uma personagem for sequestrada, descrever detalhadamente o lugar, provavelmente sombrio) onde ela está quando "acorda" dá um toque completamente diferente à tua história e transporta o leitor ao espaço, fazendo-o sentir-se muito mais perto da personagem em perigo.
Dica extra
Mistura a descrição do cenário e ambiente com a narrativa. O espaço faz parte da história.
É claro que não tens sempre de fazer assim, mas é uma boa maneira de tornar a descrição cativante.
Exemplo
"Caminhei lentamente, as folhas estilhaçavam-se debaixo dos meus pés. Estava escuro, nem uma estrela brilhava no céu. O vento uivava, fazendo os ramos secos balançar... assemelhavam-se a dedos esqueléticos que me tentavam alcançar. O meu coração acelerava a cada estalar de galho, a cada murmúrio de coruja, a cada som que eu não conseguia descodificar. A floresta sombria parecia engolir-me, o medo consumia-me, mas eu sabia que não podia parar ali. Ela estava a contar comigo."
